Fake news, rivalidade e cargos: o tabuleiro de Jair Farias contra Cayres
- Welton Ferreira
- 29 de ago.
- 2 min de leitura
Na política tocantinense, poucos movimentos são tão reveladores quanto a indecisão do deputado estadual Jair Farias. Oficialmente, ele ainda não disse se ficará ao lado da senadora Professora Dorinha ou do governador Wanderlei Barbosa. Na prática, entretanto, o que se vê é um jogo perigoso de sobrevivência política, onde o cálculo pessoal fala mais alto do que qualquer compromisso coletivo.
O dilema parece simples: se apoiar Dorinha, Jair corre o risco de perder cargos e espaços que ocupa no atual governo. Se permanecer com Wanderlei, mantém a máquina a seu favor, mas se afasta de um projeto político com respaldo nacional. Só que o buraco é mais embaixo.
Por trás dessa hesitação, existe uma velha rivalidade que volta a assombrar o cenário: a disputa silenciosa e constante com o deputado Amélio Cayres, hoje pré-candidato ao governo do Estado. Não é segredo nos bastidores que Jair e Amélio nunca conviveram em harmonia. As brigas por espaço em regiões estratégicas e a falta de confiança mútua atravessam anos e agora atingem o ponto mais alto.
Mais grave ainda: circula com força nos bastidores a denúncia de que Jair estaria patrocinando e espalhando fake news contra Amélio Cayres, numa tentativa explícita de desgastar sua imagem e travar sua pré-candidatura antes mesmo de ganhar corpo. O que deveria ser uma disputa de projetos se transforma, assim, em um campo de intrigas e ataques rasteiros.
Enquanto Cayres tenta construir uma candidatura alternativa, Jair se move nas sombras: adia decisões, negocia cargos, mede forças e lança boatos. Para muitos analistas, não se trata de indecisão, mas de uma estratégia de enfraquecimento — manter o adversário sob pressão, ao mesmo tempo em que garante para si mesmo espaços em qualquer cenário.
A postura de Jair Farias já provoca incômodo até entre aliados próximos, que enxergam nele mais um obstáculo do que um parceiro confiável. Sua falta de definição deixa claro que, para o deputado, a política não é sobre compromissos ou projetos de Estado, mas sobre preservar poder e minar rivais, mesmo que sejam colegas de parlamento.
No fim, a equação é cruel: enquanto Amélio Cayres luta para viabilizar sua pré-candidatura ao governo, Jair Farias prefere apostar na indecisão, no boato e na intriga. E, como bem sabem os velhos jogadores da política, quem joga apenas por si mesmo pode até ganhar tempo, mas dificilmente conquista respeito.
Comentários