Prisão de Eduardo Siqueira Campos expõe fragilidade da gestão em Palmas e abala cenário político
- Welton Ferreira
- 27 de jun.
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PALMAS – O prefeito de Palmas, Eduardo Siqueira Campos (Podemos), foi preso preventivamente na manhã de sexta-feira, 27 de junho, durante a 9ª fase da Operação Sisamnes, deflagrada pela Polícia Federal com autorização do Supremo Tribunal Federal (STF). A ação mira um suposto esquema de vazamento de informações sigilosas de processos judiciais e venda de sentenças com ramificações em tribunais superiores e influência direta no meio político.
A decisão foi assinada pelo ministro Cristiano Zanin, relator do caso no STF, após a PF reunir indícios de que o prefeito teria recebido informações privilegiadas de investigações em andamento, repassando dados internos da Polícia Federal e do Superior Tribunal de Justiça (STJ) para proteger aliados políticos e obstruir apurações em curso.
Durante a operação, agentes federais cumpriram mandados de busca e apreensão no gabinete do prefeito e em sua residência. Também foram recolhidos celulares, documentos e o passaporte de Eduardo Siqueira, que está proibido de manter contato com outros investigados. A prefeitura, por meio de nota, afirmou que “tudo será esclarecido com documentos” e que o prefeito está à disposição da Justiça.
A prisão de Eduardo Siqueira ocorre em um momento delicado para a administração da capital, que agora depende da definição de um prefeito interino para garantir a continuidade da gestão. Fontes próximas à base governista afirmam que a prisão gerou “efeito dominó” entre vereadores aliados e já começa a comprometer votações na Câmara.
O impacto da operação vai além da prefeitura. A figura de Siqueira Campos, herdeiro de um dos sobrenomes mais tradicionais da política tocantinense, representa uma queda simbólica de um grupo político que historicamente exerceu forte influência sobre o estado. Sua prisão levanta questionamentos sobre as alianças firmadas nas eleições de 2022 e os acordos em construção para 2026.
Nos bastidores, a expectativa é que o avanço da Operação Sisamnes continue revelando novas conexões entre operadores do direito, agentes públicos e lideranças políticas. A Polícia Federal não descarta novas fases e reforçou que investiga também eventuais benefícios recebidos por terceiros a partir dos vazamentos.
O Portal Tocantins Atual seguirá acompanhando os desdobramentos da operação, os impactos institucionais em Palmas e a reação dos blocos políticos diante da instabilidade causada pela prisão do chefe do Executivo municipal.
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