O que realmente move o advogado Paulo Roberto no pedido de impeachment de Wanderlei Barbosa?
- Flávio Guimarães

- 17 de out.
- 3 min de leitura

Em Araguaína, o nome do advogado Paulo Roberto voltou a circular com força nos corredores políticos depois de protocolar um pedido de impeachment contra o governador afastado Wanderlei Barbosa. O gesto, que em tese soa como um ato de cidadania e defesa da moralidade pública, vem sendo visto com desconfiança afinal, o que realmente teria motivado o advogado a levantar essa bandeira de “justiça”?
A iniciativa de Paulo Roberto é apresentada por ele como um ato movido pela indignação e pelo senso de dever jurídico, mas nos bastidores o clima é outro. Há quem enxergue no gesto uma estratégia de autopromoção, uma tentativa de se projetar politicamente em meio ao tumultuado cenário tocantinense. E não seria a primeira vez que um personagem do interior tenta ganhar espaço apostando na polêmica e no barulho que o tema gera.
O curioso é que, até então, o advogado nunca havia demonstrado o mesmo ímpeto em outras situações que também envolveram suspeitas e irregularidades em gestões públicas locais. Por que agora? Por que Wanderlei Barbosa se tornou o alvo preferido de sua indignação seletiva?
Fontes próximas ao advogado revelam que Paulo Roberto teria pretensões por uma vaga de desembargador, que em breve ficará disponível no Tribunal de Justiça do Tocantins. A informação reforça a tese de que o pedido de impeachment pode ter também um fundo estratégico, voltado à projeção pessoal e institucional, já que um nome em evidência tende a ganhar força nas disputas internas e políticas do meio jurídico.
Fontes de bastidores destacam ainda um detalhe curioso: além da sua trajetória profissional, Paulo Roberto mantém forte ligação política com o prefeito de Muricilândia. O ex-prefeito Alessandro, que até pouco tempo integrava o grupo de Wanderlei Barbosa, recentemente passou a se alinhar ao deputado Gutierrez, trocando de lado político e de discurso em questão de semanas.
E há um ponto ainda mais intrigante — o atual prefeito de Muricilândia é filho do próprio Paulo Roberto. Sim, o mesmo advogado que agora pede o impeachment de um governador que tanto ajudou o município administrado por seu filho. Wanderlei Barbosa destinou inúmeros recursos à cidade, apoiou obras, enviou investimentos e fortaleceu eventos como a ExpoMuricy, garantindo estrutura, shows e visibilidade regional.
Diante disso, fica difícil entender a lógica ou a gratidão de um gesto como esse. Como alguém que viu o próprio município ser beneficiado de tantas formas pelo governo agora lidera um movimento para derrubar o mesmo gestor? O discurso de moralidade parece perder força quando confrontado com os fatos e os laços familiares.
Para muitos observadores, o episódio tem menos a ver com o “espírito de justiça” e mais com o momento político de instabilidade no Tocantins. O afastamento do governador abriu espaço para todo tipo de movimentação inclusive de quem enxerga na crise uma oportunidade de se promover ou ganhar notoriedade.
Se o pedido de Paulo Roberto vai prosperar ou não, é outra história. Mas uma coisa é certa: seu nome, até então restrito ao meio jurídico de Araguaína, agora está nos jornais e nas rodas políticas de todo o Estado. E talvez esse sempre tenha sido o verdadeiro objetivo.
No fim das contas, fica a dúvida: Paulo Roberto age como um defensor da lei ou como mais um ator do teatro político que se alimenta do caos mirando, quem sabe, uma cadeira no Tribunal de Justiça, mesmo que para isso precise atacar quem mais beneficiou o próprio filho?












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